terça-feira, 25 de setembro de 2012

Notícias da Chuva

Outubro. Chove. As pingas caem na terra dos jardins traseiros de minha casa. Abro a janela para entrar o cheio a terra molhada. Deito-me na cama e penso. Penso em nada. Só sei que lá fora chove e eu deitado a pensar em nada. Talvez pense que já é Outubro, já é tempo de chuva. Mas esse tipo de coisas devemos tomá-las como adquiridas e não pensar nelas. No que pensarei eu? Sei que penso mas não sei no quê. Ligo a televisão mas não consigo deixar de pensar. Pensar no quê? Ainda não sei bem. O melhor é pensar e deixar chover. Amanhã talvez descubra no que pensei. Mas hoje vou só pensar e deixar chover.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Meu querido avô

Meu querido avô
De ti tenho saudade
Pois á muito tempo partiste
Para o mundo da eternidade

Já não te pude conhecer
Tão bem quanto queria
Mas espera querido avô
Irei ter contigo um dia

Espero não muito em breve
Pois ainda tenho muito para viver
Gostava que ainda cá estivesses
Para me veres crescer

Espero quando te vir
Me recorde de quem és
Para te poder abraçar
E ajoelhar a teus pés

Nota: Escrevi este texto a um avô "singular" embora ele se aplique a ambos!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amnésia

Sei que todas as minhas memórias estão bem guardadas, algumas num esquecimento fingido, numa mente em que poucos podem entrar.Fechada para ti, fechada para um mundo ingrato e cruel, a minha mente vagueia por essas memórias que se me tornaram estranhas. Finjo que não as guardei, numa amnésia fictícia que me permite afastar a tristeza. Pudera eu odiar-te por me teres feito guardar estas recordações amargas mas não consigo. Se eu dissesse que te amo, ainda acreditarias em mim? Não podes apagar o que foi o passado mas podes escrever um futuro com outras cores. Não podes fazer-me esquecer mas podes fazer-me querer esquecer. Ainda procuro nas memórias uma parte de ti, um cheiro teu, um beijo açucarado e fresco, um abraço apertado e caloroso, um sorriso brilhante e cativante… Ainda te amo para além de memórias intoleráveis e esquecimentos enganosos. Contudo, não te quero guardar como uma memória, preciso de amor palpável, doce como o mel, quente como o fogo… Preciso de mais. Um dia, talvez um dia…

Amor Eterno

Apaixonei-me por ti mais uma vez como, aliás, acontece todos os dias. Recordar-te é o melhor que o dia me pode oferecer já que a distância nos separou talvez para sempre. Mas não podia deixar de te dizer que continuas presente no meu coração, na minha mente, estás espalhada por todo o meu corpo. Agitas-me quando estou adormecido, acalmas-me quando me irrito, dás-me um sorriso quando estou triste e abraças-me quando preciso do teu calor. Não posso dizer que te esqueci pois enquanto não fechar os olhos e a amnésia me preencha viverei para ti. Sei que a vida nos separou e que alguém ocupa o teu coração. Só me interessa que sejas feliz. Provavelmente também eu acharei alguém que me ocupe o coração mas acho que procurarei sempre nessa pessoa um pedaço teu: um cheiro, um sorriso, um olhar, qualquer coisa que me faça acreditar que ainda te amo. Tenho mesmo medo de te esquecer, não que o consiga, mas ainda assim tenho medo. Queria correr para ti e dizer-te tudo o que nunca disse, beijar-te eternamente e abraçar-te perpetuamente. Queria vaguear contigo sem destino, conhecer mundo a teu lado, partilhar uma vida contigo. Talvez numa outra vida possamos ficar juntos, mas sei que nesta essa impossibilidade acabará por me consumir completamente. Viverei sem ti, continuando a amar-te secretamente, ansiando um final feliz que nunca acontecerá. Haverá dentro de mim um espaço sempre teu onde viverás sem saberes. Sei que não devia chorar mas a tristeza de não te ter é maior do que a felicidade de te amar. Talvez um dia seja feliz sem ti. Um dia, talvez um dia…