Pelo que se observa, as praxes são um tema recorrente nos últimos tempos. Deve-se ao facto de seis jovens terem falecido de forma trágica naquilo que se pensa ter sido uma praxe. Vamos por partes.
As praxes são uma tradição académica que visa uma rápida integração do caloiro no espírito universitário. São por norma divertidas e onde praxantes e praxados se envolvem de forma descontraída e amistosa. O que aconteceu no Meco é uma tragédia. Mas acho que considerar aquilo praxe é claramente errado. Compreendo que isto seja difícil de ler, sobretudo para os familiares dos falecidos mas esta é a verdade: o que aconteceu naquela madrugada não foi uma praxe. Foi acima de tudo um acto de irresponsabilidade de gente adulta sem noção do perigo. Compreendo também que haja necessidade de culpalizar alguém e, neste caso, a culpa recai no único sobrevivente (o que me parece óbvio). Contudo, acho que ele é apenas culpado de ter permitido aos amigos fazer tamanha estupidez. Não o considero homicida já que não obrigou ninguém a fazer o que fez. Volto a frisar, eram todos adultos e nenhum deles pode ser descartado de culpas.
Até este altura muitas vozes se elevam contra as praxes e apregoam a sua abolição. Eu sou um daqueles que acham que as praxes são aceitáveis dentro de certos limites e têm a seu favor o facto de serem totalmente voluntárias. Logo, toda a gente que estava no Meco sabia para o que ia, foram foi ingénuos e, repito, irresponsáveis. A conclusão a que chego é que alguns jovens se puseram e põem em risco, humilham e são humilhados e evocam que isso é praxe são um perigo para eles e para os outros . Na minha opinião a praxe não é isso mas eu nunca fui praxado logo a minha opinião vale o que vale.