segunda-feira, 21 de julho de 2014

Birds

Batemos as asas. Vóamos nessa noite escura, sem destino, sem pensar onde iamos pousar. Apenas batiamos as asas de forma sincronizada deixando que a suave brisa nocturna nos envolvesse. Sempre tive vertigens. Enquanto voava ao teu lado, o meu único medo era estatelar-me no chão e que tu ficasses lá no céu pairando e olhando confusa para mim. O meu calmante era o teu chilreio cintilante. Sentia-me tão bem lá nas alturas do céu mais estrelado que alguma vez existiu. Era tudo tão incrível, ficava preso nesse voar sem asas até amanhecer. "Se tu és um pássaro, eu sou um pássaro". Éramos assim completos sem razão, felizes sem motivo e pássaros livres em busca de um local perfeito para pousar. Mas o defeito do voo é que vemos o mundo de cima, parece que nos confere uma superioridade absoluta. Parecemos deuses a guardar comuns mortais sem este sonho de voar. Mas nem todos sonham em voar como nós, temos apenas sonhos diferentes. Mas se nos faltarem as asas deste sonho vamos magoar-nos muito mais. Eles têm medo de arriscar e por isso nós vamos continuar a voar.