"Escrever faz-me voar nas asas do coração, mergulhar num mar de paixão e padecer numa tempestade de amor"
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
Texto Avulso #1
Naquele canto tão sombrio só o vazio. Aqui sentado nesta cadeira de plástico, respiro fundo e fecho os olhos. Nada. Absolutamente nada. Tão vazio como aquele canto sombrio que vejo sem olhar. Penso. Murmuro frases de mim para comigo, imagino conversas que nunca terei, imagino acontecimentos que nem o astrólogo mais optimista pode prever. Afundo-me na solidão. Sem réstia de esperança vou até à janela. Respiro o ar purificado pela rua deserta. Tão deserta como este coração que sangra sem parar. Quantas pessoas não passaram nesta rua com a vã esperança de se encontrar? Quantas vezes não caminhei eu por esta mesma rua acompanhado apenas pelos pensamentos lúgubres que me preenchem? Talvez dezenas, talvez mais ou talvez menos. Também não sei bem. Ando tão esquecido que até de viver me esqueci. Fiquei perdido na confusão que a razão instalou num cérebro exausto de tantas voltas, saturado de tanto trabalhar, massacrado por um dono que nada mais faz senão colocá-lo em alerta constante. Um dia sei que ficarei bem. Um dia. Talvez, um dia.
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