Sentado na rua, pensativo na sua solidão imóvel está Fernando Pessoa. Os que passam já se habituaram a vê-lo ali,faça sol ou chuva ele não se move. Alguns olhos já o consideram invísivel, apesar da notoriedade que adquiriu durante a sua curta vida. Um só homem onde habitavam tantos espíritos diferentes. Esquecido pelos lisboetas que ali passam e que se habituaram á sua imagem dourada, sentada ali esperando que a erosão do tempo o não apague para sempre. Lisboa ainda respira o seu cheiro, a "Brasileira" ainda é o local onde o poeta deseja ir beber a sua pinga embora a sua imobilidade já não lho permita. Se alguém se senta com ele, será talvez o despertar de uma alma adormecida e envelhecida. Quem não o esquece deseja lá voltar e fazer-lhe companhia porque provavelmente sente que é um solitário numa cidade repleta de gente. Muitos só se sentam, nem o cumprimentam e tratam-no apenas como um modo de obter um estatuto, não o respeitam nem conversam um bocadinho com ele com medo de serem apelidados de loucos. Eu fui, cumprimentei o Sr. Fernando e sentei-me com ele a beber um café e estivemos alguns minutos em amena cavaqueira. Claro que isto apenas é real na minha cabeça tal como o eram (e, provavelmente, ainda o são) Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos na mente do poeta. Combatia a sua solidão com os seus amigos "intrínsecos" e agora eu tentoa ajudá-lo. Vou lá poucas vezes, algumas vou de noite e apanho-o já a dormir sempre naquela cadeira dourada como ele. Uniu-se a ele e, por esta altura, é a sua única companheira como o foram em tempos os "amigos" já aqui referidos. No seu isolamento vive da memória dos que não o esquecem. Vive também fechado nalguma gaveta ou esquecido nalguma estante, mas claro, isso já não lhe faz diferença. Hoje só quer estar sentado na sua cadeira esperando que se erga um novo dia e que alguém se sente ali com ele para se sentir vivo, apesar de já não o ser!
"Escrever faz-me voar nas asas do coração, mergulhar num mar de paixão e padecer numa tempestade de amor"
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Solidão de Poeta
Sentado na rua, pensativo na sua solidão imóvel está Fernando Pessoa. Os que passam já se habituaram a vê-lo ali,faça sol ou chuva ele não se move. Alguns olhos já o consideram invísivel, apesar da notoriedade que adquiriu durante a sua curta vida. Um só homem onde habitavam tantos espíritos diferentes. Esquecido pelos lisboetas que ali passam e que se habituaram á sua imagem dourada, sentada ali esperando que a erosão do tempo o não apague para sempre. Lisboa ainda respira o seu cheiro, a "Brasileira" ainda é o local onde o poeta deseja ir beber a sua pinga embora a sua imobilidade já não lho permita. Se alguém se senta com ele, será talvez o despertar de uma alma adormecida e envelhecida. Quem não o esquece deseja lá voltar e fazer-lhe companhia porque provavelmente sente que é um solitário numa cidade repleta de gente. Muitos só se sentam, nem o cumprimentam e tratam-no apenas como um modo de obter um estatuto, não o respeitam nem conversam um bocadinho com ele com medo de serem apelidados de loucos. Eu fui, cumprimentei o Sr. Fernando e sentei-me com ele a beber um café e estivemos alguns minutos em amena cavaqueira. Claro que isto apenas é real na minha cabeça tal como o eram (e, provavelmente, ainda o são) Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos na mente do poeta. Combatia a sua solidão com os seus amigos "intrínsecos" e agora eu tentoa ajudá-lo. Vou lá poucas vezes, algumas vou de noite e apanho-o já a dormir sempre naquela cadeira dourada como ele. Uniu-se a ele e, por esta altura, é a sua única companheira como o foram em tempos os "amigos" já aqui referidos. No seu isolamento vive da memória dos que não o esquecem. Vive também fechado nalguma gaveta ou esquecido nalguma estante, mas claro, isso já não lhe faz diferença. Hoje só quer estar sentado na sua cadeira esperando que se erga um novo dia e que alguém se sente ali com ele para se sentir vivo, apesar de já não o ser!
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Amor egocêntrico
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Noite de Sonho
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Em Busca da Felicidade
quarta-feira, 23 de março de 2011
Au Revoir!
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Vazio Completo
Abri a porta. Deixei que o vazio me completasse. Olhei ao redor tentando preencher o que estava a faltar. Senti uma vibração de paixão sair do chão que ambos pisámos. Sentei-me nesse chão frio. Tentei ouvir a tua voz, ignorando o silencioso ruído que ecoava das paredes. Estremeci. Ouvi uma chave que penetrava na fechadura e abria, mais uma vez, essa porta. Olhei-te. Estavas tão linda como em todas as memórias que ainda guardo de ti. Pareceu-me que os teus olhos sorriam. Sentaste-te ao meu lado. Senti o calor invadir esta sala vazia de tudo. Tentávamos, assim sentados lado a lado, preenchê-la com um amor que se havia esgotado e ainda com tanto para dar. Levantei-me e dei alguns passos até chegar à janela e poder observar o exterior. Correu-me pela memória um tremor estranho que me puxava para ti. Soube nesse instante que ainda te amava. Não fui forte oi suficiente para ficar longe e aqui estava eu, de volta à nossa cabana de amor. Senti os teus braços envolverem-me pelas costas e o meu coração ajoelhou-se perante esse gesto carinhoso e doce. Virei-me e abracei-te. O vazio estava preenchido e os nossos corações estavam de novo acorrentados um ao outro. Desprendi o abraço e olhei-te nos olhos. Estavam lacrimejantes e brilhavam à luz do sol morno que entrava pela janela. Começaste a derramar algumas lágrimas. Também eu comecei a chorar. Chorei pelo que fomos e que se perdeu numa espiral de amor gasto e envelhecido. Contudo, nunca houve uma despedida. Amávamo-nos demais para nos abandonarmos completamente. Nunca houve um adeus definitivo, apenas um até breve. Limpei as lágrimas com as costas da mão e beijei-te. Amarrei-te os lábios querendo ficar parado no tempo. Soltei o beijo a custo e dirigi-me à porta. Sai e fechei essa porta, sabendo que um dia voltaria a entrar. Um dia, talvez um dia…
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Bloqueio
Aqui ficam alguns contactos para onde podem enviar o que entederem. Se tiverem algum que não esteja aqui mencionado poderam também utilizar esse.
E-mail: j.tiagobatista@hotmail.com
Facebook: http://www.facebook.com/update_security_info.php?wizard=1#!/profile.php?id=100000275781299
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
A Um Passo do Céu!
À memória de Kurt Cobain (1967-1994)
BANG! A arma disparou. Um tiro de misericórdia pessoal. O homem de 27 anos sentiu o frio do metal nas mãos. Sabia que era o fim, acabavam-se as músicas, acabavam-se os álbuns, acabavam-se os palcos, acabava-se a dor... Depois de ter escrito a sua carta de despedida dirijida ao seu amigo imaginário Boddah, encostou o cano da arma ao queixo e premiu o gatilho. E tudo se acabou. Depois do tiro sentiu o gelo percorrer-lhe o corpo. Pensou uma última vez na mulher e na filha. Podia partir em paz. E assim tocou o céu que, desde então, nunca mais foi o mesmo.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Uma carta para minha avó
Espero que esteja tudo bem contigo nesse assento divino onde estás. Provavelmente esta carta nunca te encontrará. Mas não te preocupes que daqui a muitos anos dir-te-ei estas mesmas palavras. Quero que saibas que tenho saudades tuas. Tenho saudades de chegar a casa e ver-te sentada no canto junto á televisão, saudades de conversar contigo sobre tudo e nada em particular, saudades de ouvir as tuas histórias de pessoas antigas, saudades de ouvir as tuas gargalhadas quando se contava uma piada, saudades de todas as horas que passávamos juntos em dias de chuva e vento... Desde que partiste ficou um vazio que dificilmente será preenchido, mas o sofrimento em que estavas era demasiado cruel para qualquer ser humano. Se havia pessoa que não merecia sofrer tanto, essa pessoa eras tu. Não eras perfeita, nem o ambicionavas mas o teu coração era de uma bondade tremenda. Espero que todo esse sofrimento tenha passado e que estejas em paz. Quero também que saibas que nunca esquecerei as palavras que me disseste quando a tua situação se agravou e tiveste que ir para o hospital. "Adeus, filhinho, estuda para ser um grande homem e ajuda a tua mãe que eu já não volto a esta casa". E, infelizmente, não voltaste mesmo. Parece que quando saíste já sabias o que o destino te reservava. Neste momento, as lágrimas já me cobrem o rosto. Talvez seja da saudade, talvez seja da emoção ou talvez seja uma mistura de tudo. Por agora acho que nada mais tenho a acrescentar. Esta deverá ser a última carta que te escrevo mas nunca me esquecerei de ti, minha querida avó. Espero, um dia, voltar a ver-te.
Do teu neto,
João Batista

