quinta-feira, 22 de julho de 2010

Flagelo - A História da Morte Silenciosa

Mudam os ventos, mudam os tempos que é como quem diz mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ou ainda mudado o tempo, mudado o pensamento. Tempos houve em que a vida era um bem precioso, tempos houve em que a postura correcta era vista como virtude, tempos em que a vontade de viver mais anos se sobrepunha ao desfrutar de um momento de alucinação. Anos decorreram e chegou Flagelo, um ser invisível para muitos, obscuro para outros e ainda outros que o conhecem mais intimamente e que o acham divertido. Apesar do desconhecimento deste ser, considero-o masculino pelo poder que tem. Nenhuma mulher até hoje teve o poder de mudar o mundo como este ser incorpóreo. Não quero com isto dizer que as mulheres são incompetentes, muito pelo contrário, nunca houve foi uma oportunidade para que elas pudessem mostrar a forma como lidam com o domínio. Mas vamos ao que é importante na nossa história. Flagelo apareceu quase sem querer, e de súbito, já algumas pessoas o conheciam. Como sabemos, o tempo não fica parado, muito menos o ficam os seres. Flagelo não excepção e conheceu cada vez mais pessoas. Saídas à noite tornaram-se frequentes e a diversão de Flagelo continuou a alastrar-se. Como atrás de tempo, tempo vem, o número de amigos de Flagelo aumentou consideravelmente. Apesar do aumento de idade, Flagelo nunca perdeu o encanto, se é que assim se pode chamar. Misteriosamente, alguns amigos de Flagelo foram desaparecendo. Uns vítimas de doenças invulgares, outros suicidaram-se e os que não partiram ficaram na miséria, o que, aliás, ainda hoje acontece. A razão? Ao que parece, e sem que os padecentes dessem conta, Flagelo provocava-lhes editor para além da diversão. Alucinações, ilusões, ouvir vozes, perder os sentidos tornou-se algo frequente. No fundo, Flagelo tornou-se um assassino silencioso, sem pés nem rasto, move-se cuidadosamente. Mesmo apanhado pela lei, consegue aparecer poucos instantes depois noutro lugar distinto. Apesar da velhice não tem problemas de locomoção e o interesse que desperta nos seres humanos continua o mesmo. É um assassino sem rosto à solta, um fantasma nocturno e diurno, que mata sem piedade, e que, apesar disso, muitos continuam a estabelecer contacto com ele. E quando morrerá Flagelo? Um dia, talvez um dia...

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