O sangue começou a escorrer-me pelas mãos. Tinha um espinho colado á pele.
Passeava solitariamente por um jardim repleto de flores desinteressantes e sem brilho até que a vi. Uma rosa cuja magia me fez vibrar. A sua cor canela amendoado fez-me marejar os olhos com lágrimas de alegria. Tentei chegar-lhe apenas para um ligeiro toque mas vi que o meu braço era curto. Desisti por esse dia. Voltei no dia seguinte e vi que estava um bocadinho mais perto. E foi assim dia após dia, cada vez mais perto mas nunca o suficiente. Mas quando finalmente a alcancei, os espinhos marcaram-me as mãos, fiquei a escorrer um sangue amargo, senti o veneno invadir-me e queria gritar e explodir. No fundo devia ter visto que quando a rosa mais bela mora inalcançável o jardim passa a ser monótono e sem fulgor.
era a carta? a rosa tem sempre espinhos. por isso é tão bela. por isso nunca gostei de flores. são frágeis,lindas,mas efémeras como uma estrela cadente. são lindas e depressa envelhecem. não procures flores com espinhos. procura a mais fácil de colher. porque um dia há-de aparecer-te um jardim que rejuvesnece de cada vez que o regas. foi o que aprendi. e o jardim transformado num só ser. até lá..afinal..as rosas com espinhos valem mais que qualquer malmequer! tens razão
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