"Escrever faz-me voar nas asas do coração, mergulhar num mar de paixão e padecer numa tempestade de amor"
sábado, 25 de outubro de 2014
Destroços
Sinto-me uma amálgama de destroços. Persisto em insistir na pessoa que sempre me magoa e desilude: tu. Mas hoje eu vou quebrar essa corrente em que tens preso. Hoje eu vou-me libertar de todas as merdas, de todas as mentiras, de todas as promessas vãs e das palavras doces ditas apenas da boca para fora. Gostava de perceber mas não sou autor omnisciente desta nossa história. Chega de lágrimas, chega de sofrimento e solidão acompanhada. Se não estivesse a tremer compulsivamente das mãos fumava um cigarro matando os meus pulmões, suicidando-me lentamente. O efeito é o mesmo do que estar apaixonado por ti. Ambas as coisas me desgraçam por dentro mas pelo menos quando fumo tenho algum prazer. É melhor viver longe e livre. Vou-me refugiar no meu bosque de azáfama citadina, sentar-me numa esplanada qualquer tentando esquecer-te enquanto emborco umas quantas cervejas frescas. Escorropicho esses copos de imperial como se o amanhã não chegasse. Chegará para mim e chegará para ti mas não chegará para nós. Quando acordar ressacado das bebedeiras, encharcado em mágoa e em Jameson e com o cheiro do tabaco impresso no corpo saberei que tentei esquecer-te mas falhei. Mas um dia abrirei os olhos e abrirei todas as janelas e o meu sorriso pois deixarei todo o sofrimento no passado e poderei encarar o presente com esperança renovada e reforçada. Não perdi a fé e o amor ao mundo, apenas perdi a esperança em pessoas como tu que se limitam a existir numa mesquinhez suprema. Se não há amor de volta seca a fonte, desvanece a luz, tremem os céus e a terra e chove torrencialmente até que eu faça o Sol da minha alegria brilhar novamente. Amanhã estarei melhor. Se não for amanhã há-de ser um dia. Um dia. Talvez um dia.
domingo, 19 de outubro de 2014
Insónia #2
Não tenho vergonha de chorar. Vivo nesta opressão de te amar, nesta ânsia de te ter aqui comigo. Enrugo uma cama demasiado espaçosa para conter apenas o meu corpo inerte. Falta o teu cheiro nestes lençóis, falta o teu calor para que eu possa abolir a presença do cobertor, falta a tua cabeça pousada no meu ombro a dormir de forma despreocupada. Choro por essa falta que me fazes nestas madrugadas em que sou assaltado por essa malvada insónia. Poderia apaziguar este ardor permanente nos olhos, poderia repousar sem ser sugado pelo pesadelo de não estares aqui. Chega esta altura em que penso livrar-me desta chaga e ser feliz, adormecendo no teu esquecimento. É tempo de me libertar destas algemas em que me colocas com palavras doces, com promessas vãs, com abraços e beijos fingidos. Digo sempre que quero ser livre mas não me canso deste aprisionamento, pois é contigo que eu sonho, é contigo que me sinto bem, é contigo que me sinto verdadeiramente completo. Mas tu insistes em ser o meu carrasco, a fonte desse sofrimento agridoce, a deusa do meu tormento. Talvez um dia sejamos dois corpos e uma alma. Um dia. Talvez um dia.quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Derrota
Sinto-me agora vencido, sem um rumo para tomar. A prudência manda-me deitar e desligar a opção "memória" do meu cérebro. Numa total incapacidade de isso acontecer, estarei eu condenado a mais uma noite onde perco uma batalha com a insónia. Queria poder esquecer que jamais serei feliz contigo e desejava verdadeiramente apagar o fogo que arde em labaredas desgovernadas aqui dentro. Bem aqui dentro. Nesse lugar que mais ninguém pode preencher e onde só a tua frieza pode remediar esta agonia em que vivo. Pousarei a cabeça na almofada apenas e só por uma questão de conforto, apenas e só porque estou solitário, apenas e só porque nada mais tenho a fazer. Acabarei vencido pelo cansaço de te amar e adormecerei finalmente. Se acordarei não sei pois talvez eu queira ficar preso num sonho de nós, talvez eu queira viver e alimentar-me de sonhos. Nada posso fazer diferente, nada posso que não tenha feito antes. Se não é amor, então porque dói tanto? Se não é amor, porque choro eu? Que vergonha tenho de não ser forte, de viver de coração nas mãos pronto a entregá-lo a ti. Sei que amanhã é um novo dia mas a menos que a aurora te traga para junto de mim, amanhã não será diferente de hoje. Tal como hoje não é diferente de ontem. Dia após dia me tento esquivar do que sinto, tento esconder a falta que me fazes e encobrir a amarga tristeza que me devora. Mas tenho confiança que um dia serei feliz. Um dia. Talvez um dia...
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Talvez
Cativa-me essa tua beleza humilde mas tão carregada de realeza. Prendo-me nesses teus olhos expressivos, sem malícia, preenchidos de um desejo de felicidade simples. E depois essa boca que anseio por beijar carinhosa e perdidamente. É sonhando contigo noite e dia que vou percorrendo os becos de um amor talvez impossível, talvez inalcansável, talvez demasiado verdadeiro... Não fujo mas tenho medo que esta doença me consuma até aos ossos. Foi assim que eu escolhi viver, sempre numa poente periclitante onde tu és o destino. Apesar das vertigens eu vou atravessando, sabendo que a cada passo o chão me foge mais dos pés e que o coração se acelera descontrolado e aterrorizadamente feliz. Exausto mas não vencido prometo lutar para chegar a essa margem onde tu me esperas para sermos tudo o que sempre sonhei. Talvez eu não te mereça, talvez tu não me mereças mas no fundo não se trata de merecer, trata-se de amar incondicionalmente.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Birds
Batemos as asas. Vóamos nessa noite escura, sem destino, sem pensar onde iamos pousar. Apenas batiamos as asas de forma sincronizada deixando que a suave brisa nocturna nos envolvesse. Sempre tive vertigens. Enquanto voava ao teu lado, o meu único medo era estatelar-me no chão e que tu ficasses lá no céu pairando e olhando confusa para mim. O meu calmante era o teu chilreio cintilante. Sentia-me tão bem lá nas alturas do céu mais estrelado que alguma vez existiu. Era tudo tão incrível, ficava preso nesse voar sem asas até amanhecer. "Se tu és um pássaro, eu sou um pássaro". Éramos assim completos sem razão, felizes sem motivo e pássaros livres em busca de um local perfeito para pousar. Mas o defeito do voo é que vemos o mundo de cima, parece que nos confere uma superioridade absoluta. Parecemos deuses a guardar comuns mortais sem este sonho de voar. Mas nem todos sonham em voar como nós, temos apenas sonhos diferentes. Mas se nos faltarem as asas deste sonho vamos magoar-nos muito mais. Eles têm medo de arriscar e por isso nós vamos continuar a voar.terça-feira, 13 de maio de 2014
Cegueira
Aquele dia acordou cinzento escuro. Joel já sabia de cor o caminho para o banco onde ficava sentado horas a fio. Mal transpôs a porta sentiu que a humidade se lhe entranhava nos ossos tolhendo-lhe os movimentos. Era um frio suportável mas que se agarra ao corpo como uma carraça. Inspirou fundo deixando o ar preencher-lhe os pulmões asfixiados com o ar saturado da casa. Caminhou com a bengala branca a guiá-lo apesar de já saber perfeitamente para onde ia. Ser cego era algo que o entristecia pois não podia apreciar verdadeiramente o espectáculo do mundo. Nada podia fazer para contrariar esse facto mas a revolta interior que sentia tornava-o rude e distante.Não falava com ninguém. A irmã que o ajudava era apenas uma presença física. Não havia mais que uns monossílabos disparados á velocidade das balas. Catarina sentia-se torturada por esta amargura do irmão.Joel avançou para o banco onde se sentou calmamente. Ficou a matutar na sua infelicidade. Agarrava-se ao negativismo envolvendo-o num abraço estranho e quase macabro. Nunca sorria. Apesar de aquele ser um alegre jardim citadino onde algumas brincavam sob o olhar por vezes descuidado dos pais. Todas as crianças sabiam que não deveriam importunar o Sr. Joel.
A rebeldia, contudo, é comum a todas as crianças. Umas manisfestam-na mais do que outras mas todas têm uma tendência para desobedecer a regras pré-estabelecidas. Rafael cuja vivacidade era mais expressiva sentou-se junto do terrível Sr. Joel. O coração pulsava-lhe tão acelaradamente tal era a curiosidade que sentia.
- Olá - expirou por fim Rafael aterrado.
- Que é que estás aí a fazer? - perguntou abruptamente Joel apercebendo-se que era uma criança que estava ao seu lado.
- Quero falar contigo - respondeu Rafael.
- Mas tu não vês que eu sou um inútil?
- O que é isso?
Rafael vacilou. Queria ir embora mas já tinha tido a coragem de meter coragem com aquele senhor tão malévolo.
- Criança escuta: eu sou cego. Não valho nada. Ninguém gosta de mim.
- Porque és mau?
Joel ficou espantado com o atrevimento da criança. Pensou que só uma criança poderia ser tão sincera. Deu pelas suas paredes mais duras a quebrarem-se pela coragem guerreira daquele miúdo que não deveria ter mais de dez anos.
- Eu não sou mau - disse um Joel mais calmo.
- Então porque é que ninguém gosta de ti?
Estava vencido. Joel sabia que aquele seria o seu melhor momento nos quase quarenta anos que levava de vida.
- Porque eu não deixo.
-Não deixas porquê?
- Eu explico-te se me disseres o teu nome.
- Rafael.
- Rafael, eu não deixo que gostem de mim porque as pessoas confundem gostar com pena. Eu quero que gostem de mim não que tenham pena por eu ser cego.
- Mas...
- Mas nada, Rafael. Se eu aceitasse a pena deles nunca seria feliz.
- E és?
- Não, não sou. Sou um estranho aqui. Aprende uma coisa rapaz: quando tu és bom as pessoas aproveitam-se de ti. Exploram os teus pontos fracos. Sabem que tu dás de coração mas insistem em magoar-te. A felicidade provoca invejas e a inveja só trás mágoas. As pessoas que tu mais gostas são sempre as que te vão magoar mais. A tua missão é saber quais são as que te magoaram para teu bem e as que te magoaram pelo prazer que lhes deu. As pessoas que gostam de nós também nos magoam mas por vezes precisamos ser magoados para crescermos mais fortes. Pode-te parecer confuso e não perceberes o que te estou a dizer mas acredita que nunca devemos ser bons demais. Ou melhor, devemos ser mas apenas para aqueles que já nos provaram que merecem essa bondade.
Rafael acenou compreendendo. Joel continuou.
- Rafael eu sou um cego e sinto-me torturado por mim mesmo. Vou-te dar um conselho: ama quem te ama. Mas quando o fizeres é bom que tenhas certezas. Não deixes que o teu coração fale mais alto. Mistura inteligência e intuição de forma a que as poucas mágoas que tiveres venham de pessoas que saibam que é isso o melhor para ti. A verdade dos nossos amigos tem mesmo de ser assim cruel e firme para nos magoar mas de forma a que possamos recuperar. Agora as pessoas que tu pensas que gostas mas que não é recíproco, essas sim magoam-nos para sempre. Poderás até deixar de confiar nas pessoas.
- A minha mãe está-me a chamar. Tenho de ir embora.
Rafael levantou-se e começou a caminhar a medo em direcção á mãe.
- Rafael - chamou Joel.
- Sim.
- Sê tu próprio. Lembra-te: nunca deixes de ser bom para quem o merece mas não deixes que ninguém abuse. Aprende com erros e fortalece-te. Faz da tua vida uma aventura extraordinária.
Joel expressou o que há muito lhe ia na mente. Já Rafael correu para a mãe com a clara sensação de aquela conversa era importante e ninguém lhe ia ensinar aquilo numa escola. Mas também não lhe chegava aquela conversa, tinha de viver. "Mas para já vou brincar" foi o que pensou.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Rei
Sinto aquele vazio triste que me derruba. Procuro algo que me preencha. Mas o que me preenche acarreta ainda mais malefícios. Deixo que o vazio fique ou expulso-o ficando a matar-me com a lentidão com que um fumador se mata? Não morro agora mas fico a apodrecer como fruta abandonada num terreno baldio. Fui feito para amar e não para ser amado. Talvez o meu erro seja procurar princesas. Só existem as dos contos e nem essas são perfeitas. Deveria aprender a lição. Deveria voltar para essa escola imaginária onde me ensinam como somar as partes, subtrair os sofrimentos e dividir as felicidades. Sou tão simples que até causa aflição. Sinto-me quase um inútil, desadaptado... Mas vou caminhando em direcção a alguém. De uma coisa já me convenci: não vale a pena ir atrás de princesas. Até porque eu não sou um príncipe. Sou um rei.
"Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio."
"Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio."
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Arte do Monólogo
Sinto-me no dever de pensar positivo. Sei que sou diferente mas estou longe de ser inferior a alguém. Não me posso considerar superior pois isso entraria em conflito com a minha modéstia intelectual. Vivo numa loucura irremediável. Tenho em mim essa locura de falar sozinho mas também a lucidez para entender que isso é bizarro. Mas todos nós nos debatemos interiormente, temos dúvidas... Eu exprimo-as através de um sussurro para mim mesmo, ponho um contrapeso aos meus próprios argumentos em voz alta mas de forma a que apenas eu posso ouvir. Pode parecer uma actividade egoísta e egocêntrica mas nada melhor que um ser falar consigo mesmo para se conhecer verdadeiramente. Saber que possuí demasiadas fraquezas e forças tão limitadas que só o conhecimento próprio nos pode salvar de uma tempestade emocional. Sei que me acham doidinho por eu falar sozinho, por murmurar para mim mesmo as minhas ideias mas eu sinto mais seguro quando pratico o meu monólogo. É uma arte que os ditos ajuizados nunca entederão e que me tornam num ser peculiar, sempre em busca de alguém com perseverança suficiente para descobrir o que eu escondo. Continuarei aqui esperando com a noção de que provavelmente nunca ninguém virá. Estarei acompanhado de mim mesmo a exercitar a arte do monólogo.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Perdido
Só o fogo no meu coração nunca se apagará. Tudo o resto será passageiro. Assim como a memória que agora me conquista a mente. Apetecia-me entrar na máquina do tempo e voltar lá, sentir tudo outra vez, olhar para o que me rodeava, cheirar o teu perfume e ficar bloqueado pela tua imagem. Sentado neste sofá posso apenas lembrar-me de como foi. Mas eu queria tanto viver esse momento. Torná-lo tão real como ele é agora na minha cabeça perturbada. Queria tocar-te e ver-te arrepiar. Queria sentir que uma bomba me explodia no peito e me sufocava na garganta. Queria tanta coisa mas nenhuma é tão confortável como ficar aqui sentado mirando as paredes nuas. Poderia levantar-me e correr ao teu encontro. Iria pedir-te para recriarmos aquele momento. Mas nada é como foi. Não seria espontâneo, deixaria de ter significado e então nem como memória seria real.
domingo, 13 de abril de 2014
Coisas que me acontecem #3
Isto já aconteceu há alguns meses mas não deixa de ser completamente hilariante. Antes de mais fazer dois pontos prévios.- Para quem não sabe as pessoas que sofrem de miopia, quando estão sem óculos não conseguem ver um boi a mais ou menos dois metros de distância.
- É um fenómeno crescente as televisões portuguesas transmitirem progamas sobre Poker durante a madrugada.
sábado, 12 de abril de 2014
Caos
Sinto-me vencido. Tenho esperança mas isso não passa de um vazio confortável. A esperança não existe enquanto coisa palpável. É por isso impossível saber se o que tenho é esperança. Sou uma anarquia de sentimentos contraditórios. Quero andar em sentido proibido respeitando as regras.
Não sou ninguém. Estou derrotado por esta azáfama esquizofrénica. Sinto que o valor que tenho é tão diminuto que mais valia ficar sentado nesta cadeira olhando o relógio marcar o passar dos segundos. Mas sou invadido pelas memórias do sub-consciente.
Quero voltar a ser pastor. Sair de cajado na mão direita, caderno e caneta na esquerda. Ir para longe do mundo real. Refugiar-me no meu mundo utópico enquanto tomo atenção para que nenhuma ovelha fuja para quintal alheio. Talvez tenha saudades,
Amanhã serei de novo normal. Vou pôr ordem nesta confusão toda que me envolve. Ou vou talvez continuar nesta espiral de contradições. Amando e odiando, ficar parado correndo e morrer vivendo.
Não sou ninguém. Estou derrotado por esta azáfama esquizofrénica. Sinto que o valor que tenho é tão diminuto que mais valia ficar sentado nesta cadeira olhando o relógio marcar o passar dos segundos. Mas sou invadido pelas memórias do sub-consciente.
Quero voltar a ser pastor. Sair de cajado na mão direita, caderno e caneta na esquerda. Ir para longe do mundo real. Refugiar-me no meu mundo utópico enquanto tomo atenção para que nenhuma ovelha fuja para quintal alheio. Talvez tenha saudades,
Amanhã serei de novo normal. Vou pôr ordem nesta confusão toda que me envolve. Ou vou talvez continuar nesta espiral de contradições. Amando e odiando, ficar parado correndo e morrer vivendo.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Máfia Contemporânea
Longe vai o tempo em que os mafiosos se vestiam de fato e gravata. Hoje eles estão por todo o lado. Basta um pouco de poder para que eles toda a justiça social fique corrompida. Num Portugal onde é mais importante o compadrio ou a popular cunha são os "amigos dos amigos" que ficam com os cargos mais importantes, com os salários mais elevados e com os prémios de desempenho. De nada serve o trabalho duro, o profissionalismo extremo ou o esforço inglório. Vivemos numa sociedade em que as comodidades são oferecidas aos bajuladores, lambe-botas, chibos, nojentos cabrões que se apoderam daquilo que não lhes pertence por direito. Deixámos que os valores voassem guiados por um vento corrupto. E é com esta corja de inúteis que temos de conviver todos os dias. Peço desculpa se com este texto melindro alguém meu conhecido mas certas verdades só fazem sentido serem ditas se doerem.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
O Fenómeno Praxe
Pelo que se observa, as praxes são um tema recorrente nos últimos tempos. Deve-se ao facto de seis jovens terem falecido de forma trágica naquilo que se pensa ter sido uma praxe. Vamos por partes.
As praxes são uma tradição académica que visa uma rápida integração do caloiro no espírito universitário. São por norma divertidas e onde praxantes e praxados se envolvem de forma descontraída e amistosa. O que aconteceu no Meco é uma tragédia. Mas acho que considerar aquilo praxe é claramente errado. Compreendo que isto seja difícil de ler, sobretudo para os familiares dos falecidos mas esta é a verdade: o que aconteceu naquela madrugada não foi uma praxe. Foi acima de tudo um acto de irresponsabilidade de gente adulta sem noção do perigo. Compreendo também que haja necessidade de culpalizar alguém e, neste caso, a culpa recai no único sobrevivente (o que me parece óbvio). Contudo, acho que ele é apenas culpado de ter permitido aos amigos fazer tamanha estupidez. Não o considero homicida já que não obrigou ninguém a fazer o que fez. Volto a frisar, eram todos adultos e nenhum deles pode ser descartado de culpas.
Até este altura muitas vozes se elevam contra as praxes e apregoam a sua abolição. Eu sou um daqueles que acham que as praxes são aceitáveis dentro de certos limites e têm a seu favor o facto de serem totalmente voluntárias. Logo, toda a gente que estava no Meco sabia para o que ia, foram foi ingénuos e, repito, irresponsáveis. A conclusão a que chego é que alguns jovens se puseram e põem em risco, humilham e são humilhados e evocam que isso é praxe são um perigo para eles e para os outros . Na minha opinião a praxe não é isso mas eu nunca fui praxado logo a minha opinião vale o que vale.
As praxes são uma tradição académica que visa uma rápida integração do caloiro no espírito universitário. São por norma divertidas e onde praxantes e praxados se envolvem de forma descontraída e amistosa. O que aconteceu no Meco é uma tragédia. Mas acho que considerar aquilo praxe é claramente errado. Compreendo que isto seja difícil de ler, sobretudo para os familiares dos falecidos mas esta é a verdade: o que aconteceu naquela madrugada não foi uma praxe. Foi acima de tudo um acto de irresponsabilidade de gente adulta sem noção do perigo. Compreendo também que haja necessidade de culpalizar alguém e, neste caso, a culpa recai no único sobrevivente (o que me parece óbvio). Contudo, acho que ele é apenas culpado de ter permitido aos amigos fazer tamanha estupidez. Não o considero homicida já que não obrigou ninguém a fazer o que fez. Volto a frisar, eram todos adultos e nenhum deles pode ser descartado de culpas.
Até este altura muitas vozes se elevam contra as praxes e apregoam a sua abolição. Eu sou um daqueles que acham que as praxes são aceitáveis dentro de certos limites e têm a seu favor o facto de serem totalmente voluntárias. Logo, toda a gente que estava no Meco sabia para o que ia, foram foi ingénuos e, repito, irresponsáveis. A conclusão a que chego é que alguns jovens se puseram e põem em risco, humilham e são humilhados e evocam que isso é praxe são um perigo para eles e para os outros . Na minha opinião a praxe não é isso mas eu nunca fui praxado logo a minha opinião vale o que vale.
sábado, 25 de janeiro de 2014
Inventor de Autobiografias-Joker
Todos nascemos loucos. Nascemos sem noção do certo e errado. Somos educados para essas noções de forma a podermos ser socialmente adaptados. Mas desde pequeno que sempre tive aversão a esse valores moralistas da sociedade hipócrita. "Vou fazer isto apenas porque fica bem". Que se foda isso. Eu sou real, autêntico, sem medo do que as pessoas pensam de mim, sem medo de ser inadaptado... Louco? Talvez, mas claro que não fui eu que criei a palavra nem aquilo que ela descreve. Para uns serei louco, para outros excêntrico, para outros as duas coisas e para outros ambas as palavras significam o mesmo. Dá-me prazer destruir aquilo que as pessoas adoram. As máscaras caem e as pessoas revelam-se. Revelam o seu lado selvagem e absolutamente LOUCO!quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Conto de Fadas
Quando saiu de casa naquela manhã fria de final de Inverno não imaginava o que estava para acontecer. Tudo indicava que seria mais um dia como qualquer outro, diferente mas de inegável monotonia. O trabalho era mais do mesmo. Mas, nesse dia, para aliviar esse pesado monotonismo decidiu fazer a curta distância para o trabalho a pé. Nesse dia ela entrou na vida dele por uma larga porta e marcou-lhe a vida para sempre. Avançou confiante com a cabeça erguida numa altivez de orgulhosa humildade. Quando o olhar dele se prendeu no dela houve uma espécie de feitiço delirante. O coração dele era um relógio que galgava horas e horas e ansiava por ter mais momentos com ela. Quando foi para a casa nesse dia, ele sentiu que se estava a apaixonar por aquela mulher de uma beleza exótica, cuja cor canela emanava um perfume apaixonante. Apesar de ser Inverno ele sentia-se quente com esse amor que florescia á medida que a Primera se aproximava. Ela chegava pela noite como vento louco que susurrava palavras graciosas que o deixavam enternecido. Cada dia que passava, ele sentia que ela o completava e que poderia ter, desta vez, a sorte que lhe ia escapando. Quando falavam ele era sempre divertido e ela sorria de forma genuína. Cada sorriso era mais um motivo para ele a adorar. Era a sua pequena princesa, Só que, quando ele abriu o coração e se declarou, ela fulminou-o com um tiro exactamente onde mais dói. Feriu-o de morte dizendo-lhe que o amor que ele sentia não era correspondido. Talvez lá bem no fundo ela gostasse dele mas não se sentia capaz de dar mais um passo. Ela achava que podia rejeitá-lo porque a sua beleza a colocaria sempre a salvo da solidão. O que não lhe vinha á memória é que a beleza é uma Primavera de poucos anos. Ele apesar de arrasado prosseguiu sempre com aquela princesa gravada numa tatuagem pintada permanentemente no coração. Mas ele finalmente descobriu a verdade: ela era uma bruxa má a brincar ao Carnaval disfarçada de princesa.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Coisas que me acontecem #2
Por estes dias de temporal saio de casa muito tranquilamente. Saio a porta do prédio e caminho até ao passeio para verificar se a minha boleia já tinha chegado. Não tinha. Nisto invade-me o nariz um cheiro nauseabundo. Reparo que mesmo na entrada do prédio está um pequeno montículo de excremento que eu inadvertidamente pisei. Profundamente irritado com a falta de civismo de determinados seres humanos, que por infelicidade moram ao pé de mim, lancei pragas e bruxedos ao senhor ou senhora que deixou que o seu inocente cachorro defecasse no acesso a uma moradia. Eu sei que mexer em merda (desculpem-me a expressão) não é agradável mas devemos respeitar aquilo que é público e de todos nós. Por favor apanhem o cócó dos vossos pequenos amigos.
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